Autoridade dos dados proprietários: por que tornar-se uma?

Escrito por João Brum, Pmweb.

A partir do ano de 2020 e dos acontecimentos registrados, deparamo-nos com uma intensa adoção dos hábitos e processos digitais por parte de pessoas que ainda não esperávamos – mas desejávamos – ter conosco por aqui.

Se a sua tia, seu avô ou pai ainda nutriam algum tipo de receio, má vontade, ou qualquer um que fosse o motivo para ignorar a presença e as oportunidades do ecossistema digital, a situação em que nos encontramos no ano passado varreu para bem longe esse obstáculo.

Só no período da quarentena, foram 7,3 milhões de brasileiros indo às compras online pela primeira vez. Boa parte da população se adaptou a consumir conteúdos, produtos e serviços de empresas originalmente digitais ou que utilizavam a tecnologia para facilitar seus negócios, como os supermercados que desenvolveram diversas novas formas de pedidos e entrega, explorando vários canais.

Autoridade dos dados proprietários: o fim dos cookies

O alto fluxo de pessoas transitando por páginas e aplicativos fez com que o volume de dados produzidos aumentasse exponencialmente. E a demanda dos usuários por privacidade a respeito desses dados também. De olho nessas demandas, as gigantes da tecnologia têm tomado medidas para que tenhamos um ambiente e uma estrutura digital mais organizada.

O Google Chrome, assim como o Safari, Microsoft Edge e o Mozilla, anunciou neste ano o fim dos third-party cookies em um processo que vai até o ano de 2022. Note que as empresas que decidem não disponibilizar mais a funcionalidade para marcas e anunciantes são empresas detentoras de quantidades gigantescas de dados dos usuários.

Bom para elas, que provavelmente irão usar isso para dominar e ditar o ritmo do mercado. Se você, assim como 95% da internet brasileira utiliza algum desses navegadores, com certeza será afetado. 

O CRM deve ser levado a sério. É essencial que as empresas tenham a cultura de gerenciarem sua base e trabalharem da melhor maneira os canais proprietários da marca. Se você ainda não faz isso, chegou a hora de começar a jornada para se tornar um protagonista do first-party data, assim como nossos clientes.

Estabeleça uma cultura de dados para coletar suas próprias informações

Parece temeroso, mas essas transformações, se encaradas da maneira correta, têm o potencial para alavancar o seu negócio. A chave para surfar da melhor forma nesse momento de transformação digital é estabelecer uma cultura de dados na sua empresa. 

Esse é o primeiro passo para colocar o cliente no centro do seu negócio. Isso passa, com certeza, por saber lidar com o consentimento dos usuários a respeito do uso desses dados e, consequentemente, por oferecer uma experiência que faça sentido para cada pessoa. Mas vamos com calma! Primeiramente, estamos falando de first-party data, mas o que é isso? 

Basicamente são os dados proprietários da sua empresa, aqueles coletados através de alguma tecnologia que monitora seu website, ou também os que advêm de alguma campanha de marketing, como uma landing page para captação de leads ou um formulário para cadastro no clube de fidelidade. 

Esses são dados mais íntimos do que os dados de second e third-party, e foram gerados a partir de um ponto de contato direto com a pessoa, até mesmo de uma conversão, portanto são mais confiáveis e nos mostram a realidade com mais clareza. São neles que devemos focar.

O primeiro passo é o cadastro

Sabe a cultura de dados? Então, ela vai ser importante, em diferentes aspectos, para possibilitar esses dados de first-party. A primeira delas é o pontapé inicial de todo nosso raciocínio, o cadastro.

Com o cadastro conseguimos ter um contato do nosso cliente e a partir disso ir enriquecendo seu perfil. Sendo assim, é importante que sua empresa tenha mecanismos de incentivo ao cadastro tanto no site (como um lightbox, um avise-me ou uma área para membros), quanto na loja física, com a sua força de vendas executando essa função de cadastrar e identificar clientes.

Roleta de captação de leads Panvel.

O cadastro desbloqueia o desenvolvimento de novas estratégias. Mapear a jornada dos clientes, desenvolvendo assim um ciclo de vida com comunicações automatizadas e segmentadas de acordo com o momento que cada pessoa vive com a sua marca é uma delas.

As automatizações e segmentações entregam um conteúdo mais assertivo, portanto, elevam o nível de engajamento, aumentando as conversões e o ROI das suas campanhas. Além de demandarem menos recursos e tempo para montar e executar, permitindo que seu time dedique maior parte do tempo otimizando essas automatizações, guiados pela análise das métricas. 

Comunicações do aplicativo Shell Box.

Uma vez que sua empresa esteja amadurecendo em relação a essa solução, é necessário continuar evoluindo e desenvolvendo novas estratégias. Os dados de first-party permitem também uma compra de mídia mais assertiva e identificada.

Essas soluções podem e devem ser acompanhadas de análise e cruzamento de dados de web e mobile-behavior, pois eles colaboram para que se tenha ainda mais conhecimento sobre os clientes. 

Dessa forma, eles fornecem informações adicionais, como as categorias mais navegadas, histórico de pedidos e conversões não finalizadas, pontos que depois devem ser contemplados no seu ciclo de vida, com campanhas de informação de produtos, reviews, categoria preferida e abandono de carrinho.

Comunicações do site da Renner. 

As vantagens de ser um campeão dos dados proprietários

Essas são algumas oportunidades e o começo do caminho para se tornar uma autoridade dos dados proprietários. O caminho para a maturidade é longo e trabalhoso, mas faz com que o seu negócio evolua de uma forma orgânica e sustentável, e nos permite olhar para o futuro com mais empolgação.

Nessa escada, algumas marcas já começam mais maduras e tem uma evolução mais rápida, ao contrário de outras que tem uma implementação das soluções um pouco mais lenta, depende do cenário e contexto de cada negócio e ecossistema.

Independente do quão maduro você é, ou da velocidade na qual consegue amadurecer, é importante estabelecer na sua organização uma cultura de dados proprietários e trabalho de CRM sólido e sério, para que não se dependa da compra de mídia massiva, o que eleva o seu custo de aquisição e pode até trazer receita, mas não traz lucro.

Esses caminhos se apresentam e podem fazer com que sua empresa tome a dianteira na relação com os clientes em um mundo onde os comportamentos de compra estão em constante transformação. Diversas empresas já estão se preparando para serem as empresas do futuro. E você, está preparado?