[:pt]Netflix e Spotify perguntam: dados de usuários podem ser utilizados para propaganda?[:en]Netflix and Spotify Ask: Can Data Mining Make for Cute Ads?[:es]Netflix y Spotify preguntan: ¿la minería de datos puede generar anuncios divertidos?[:]

[:pt]Na semana do dia 10 de dezembro (2017) o Netflix decidiu aproveitar o clima de final de ano para fazer uma brincadeira, aproveitando os dados dos seus usuários. Então, o serviço de streaming colocou no Twitter a seguinte questão: “Para as 53 pessoas que assistiram a um “Príncipe de Natal” todos os dias nos últimos 18 dias: quem machucou você?”

O tweet tinha intenção de ser uma brincadeira, relacionada a um filme caseiro que a empresa lançou em novembro. Mas enquanto muitos viram o humor, outros ficaram assustados com a especificidade da informação, com alguns clientes reclamando de que a Netflix parecia estar usando seus dados para zombar de quem que haviam assistido o filme.
Não é segredo que as empresas acumulam informações detalhadas sobre os hábitos e preferências de seus consumidores. Para serviços de streaming esses dados alimentam as recomendações que cada usuário recebe em seu perfil. Mas as empresas também correm um risco quando transformam essas descobertas em marketing, seja através de postagens nas redes sociais ou em propagandas.
Uma mensagem que uma pessoa pode entender como “inesperada e inteligente” pode ser facilmente interpretada por outra como um lembrete intimidador de que seus dados estão nas mãos de terceiros.
“Isso dá ao público uma espécie de visão sobre as formas como as principais empresas de conteúdo estão reunindo e usando nossos dados”, disse Jeffrey Chester, diretor do Centro para a Democracia Digital sem fins lucrativos, que defende a proteção e a privacidade do consumidor. “Atrás da facilidade de acesso a conteúdos de vídeo e áudio estão aplicativos sofisticados de vigilância e análise de usuários, e não há nada engraçado sobre isso”.
Outros ridicularizaram essa preocupação na semana em que houve esta movimentação na rede social, dizendo que a piada de Netflix era inofensiva e observando que as pessoas estavam reclamando em uma plataforma de mídia social que se envolve em práticas similares de coleta de dados.

O Spotify está lançando sua terceira campanha baseada em dados de usuários. O serviço de streaming de música recentemente utilizou anúncios em outdoors com uma mensagem construída em torno do tema “Objetivos 2018”.

Estratégia semelhante foi usada em 2016, quando também fez uso de dados de usuários. Em uma delas dizia: “Querida pessoa que ouviu “Sorry” 42 vezes no Dia dos Namorados, o que você fez?”. A empresa disse que este ano tinha mais de 140 milhões de usuários regulares, com 50 milhões pagando planos de inscrição mensais e outros usando um livre serviço que vem com anúncios segmentados.

O posicionamento da empresa no último ano foi de evitar campanhas que pudessem rir de hábitos incomuns de seus usuários. Ainda de acordo com o Spotify, em todas as propagandas onde houve algum tipo de utilização de informação sigilosa de usuário, houve autorização para que se pudesse utilizar: “As pessoas geralmente ficam felizes em participar”, disse o executivo, que observou que a coleta de dados não foi uma surpresa, dado que a Spotify fornece aos usuários suas recomendações semanais e listas de fim de ano.
Pessoas e publicações como AdWeek e AdAge chamaram a campanha de “divertida”, “brincalhona” e “hilária”. Embora isso tenha continuado em grande parte este ano, também houve críticas de que algumas das mensagens podem passar dos limites.

E o burburinho da Netflix não pareceu ajudar.

A Netflix, que tem mais de 100 milhões de inscritos, enfatizou que o uso de dados para melhor servir os usuários era uma parte importante de seus negócios e que as informações comportamentais foram coletadas anonimamente.
A empresa frequentemente compartilhou informações interessantes sobre os hábitos dos telespectadores no passado, disse Jonathan Friedland, PR da Netflix. Mas ele ressaltou que a Netflix não usa dados de clientes para vender anúncios em sua plataforma, como o Google e o Facebook fazem, ou vendê-lo para outras entidades.
Dados sobre os hábitos de visualização da Netflix são “fascinantes para as pessoas”, disse Friedland. “Não é como se você estivesse violando a privacidade de ninguém, porque a principal proposição aqui é que nós conhecemos nosso cliente e tentamos apresentar aquilo que de fato você quer assistir”.
E você, o que acha sobre a utilização dos dados de usuários para campanhas?
Artigo original aqui.[:en]

Last week, Netflix decided to have some holiday fun courtesy of its user data. So the streaming service took to Twitter to pose the question, “To the 53 people who’ve watched A Christmas Prince every day for the past 18 days: Who hurt you?”

The tweet was meant to be an entertaining jab at a cheesy holiday film that the company released last month. But while many saw the humor, others were creeped out by the specificity of the information, with some complaining that Netflix appeared to be using its data in a flip manner that mocked some customers.

It’s no secret that companies, especially those born in the digital age, are amassing deep and detailed troves of information on the habits and preferences of their consumers. For streaming services, that data fuels the recommendations. But companies are also taking a bit of a risk when they turn those findings into marketing, whether through conversational social media posts or advertisements from Spotify with lines like “Take a page from the 3,445 people who streamed the ‘Boozy Brunch’ playlist on a Wednesday this year.”

A message that one person might see as clever and unexpected can just as easily be seen by another as an ominous reminder that Big Data is often lurking just around the corner.

“This gives the public a kind of view into the ways that the major content companies are gathering and using our data,” said Jeffrey Chester, head of the nonprofit Center for Digital Democracy, which advocates for consumer protection and privacy. “Behind the ease of being able to access video and audio content are very sophisticated customer surveillance and analytics applications, and there’s nothing funny about that.”

Others scoffed at such concern last week, saying Netflix’s joke was harmless and noting that people were complaining on a social media platform that engages in similar data collection practices.

Spotify is in the midst of its third ad campaign featuring tag lines rooted in highly specific listener data. (Indeed, several people called Netflix out for seeming to copy Spotify with its post.) The music streaming service recently bought ads on billboards and buildings with a marketing message built around the theme “2018 Goals,” with cheeky messages that sometimes have a political bent.

“Deliver burns as well as the person who streamed ‘Bad Liar’ 86 times the day Sean Spicer resigned,” one proclaims. Another says, “Eat vegan brisket with the person who made a playlist called ‘Leftist Elitist Snowflake BBQ.’”

Spotify ran a similar campaign last year, bidding farewell to 2016 with messages like “Dear person who played ‘Sorry’ 42 times on Valentine’s Day, what did you do?” One message even referred to a specific Manhattan neighborhood: “To the person in NoLiTa who started listening to holiday music way back in June, you really jingle all the way, huh?” The company said this year that it had more than 140 million regular users, with 50 million paying for monthly subscription plans and others using a free service that comes with targeted ads.

Spotify’s marketing executives said last year that they avoided lines that appeared to be laughing at people’s habits in favor of those that celebrated unusual behavior. They also said they sought permission from people when using their playlist names in ads. The people were usually delighted to be asked, the executive said, who noted that the data collection wasn’t a surprise given that that’s how Spotify provides users with its weekly recommendations and year-end lists.

People and publications such as AdWeek and AdAge called the campaign “amusing,” “playful” and “hilarious.” While that has largely continued this year, there has also been criticism that some of the messages veer too close to making fun of users.

And the Netflix hubbub didn’t seem to help.

Netflix, which has more than 100 million members, emphasized that the use of data to better serve users was a main part of its business and that its behavioral data was collected anonymously.

The company has frequently shared interesting information about viewers’ habits in the past, said Jonathan Friedland, a Netflix spokesman. But he pointed out that Netflix does not use customer data to sell ads on its platform, as Google and Facebook do, or sell it to other entities.

Tidbits on Netflix viewing habits are “fascinating to people,” Mr. Friedland said. “It’s not like you’re breaching anybody’s privacy, because the core proposition here is we know you and try to put the right” films and TV series in front of you.

[:es]La semana pasada, Netflix decidió divertirse en las fiestas gracias a sus datos de usuario. Entonces, el servicio de transmisión de video se llevó a Twitter para plantear la pregunta: “A las 53 personas que han visto A Christmas Prince todos los días durante los últimos 18 días: ¿Quién te hizo daño?”
El tweet era una broma entretenida sobre la película navideña que la compañía lanzó el mes pasado. Pero mientras que muchos vieron el humor, otros se dejaron llevar por la especificidad de la información, y algunos se quejaron de que Netflix parecía estar usando sus datos de una manera que se burlaba de algunos clientes.

No es ningún secreto que las empresas, especialmente aquellas nacidas en la era digital, están acumulando una gran cantidad de información detallada sobre los hábitos y preferencias de sus consumidores. Para los servicios de transmisión, esa información alimenta las recomendaciones. Pero las empresas también se arriesgan un poco cuando convierten esos hallazgos en marketing, ya sea a través de publicaciones en redes sociales o anuncios.
Un mensaje que una persona puede ver como inteligente e inesperado puede ser visto por otra persona como un recordatorio ominoso de que Big Data a menudo acecha a la vuelta de la esquina.
“Esto le da al público una especie de opinión sobre las formas en que las principales compañías de contenido están reuniendo y utilizando nuestros datos”, dijo Jeffrey Chester, director del Centro sin fines de lucro para la Democracia Digital, que defiende la protección y privacidad del consumidor. “Detrás de la facilidad de poder acceder al contenido de audio y video hay aplicaciones de análisis y vigilancia de clientes muy sofisticadas, y no tiene nada de gracioso”.
Otros se burlaron de tal preocupación la semana pasada, diciendo que la broma de Netflix era inofensiva y que la gente se quejaba en una plataforma de redes sociales que se involucra en prácticas similares de recopilación de datos.

Spotify se encuentra en medio de su tercera campaña publicitaria con líneas de etiqueta enraizadas en datos de oyentes altamente específicos. (De hecho, varias personas llamaron a Netflix por parecer copiar Spotify con su publicación). El servicio de transmisión de música recientemente compró anuncios en vallas publicitarias y edificios con un mensaje de marketing basado en el tema “Metas 2018”, con mensajes descarados que a veces son sutilmente políticos.

“Sea sarcástico como la persona que transmitió ‘Bad Liar’ 86 veces el día en que Sean Spicer renunció”, proclama uno. Otro dice, “Come pechuga vegana con la persona que hizo una lista de reproducción llamada ‘Leftist Elitist Snowflake BBQ'”.
Spotify publicó una campaña similar el año pasado, despidiéndose de 2016 con mensajes como “Querida persona que escuchó ‘Lo siento’ 42 veces en el Día de San Valentín, ¿qué hiciste?”. Un mensaje incluso se refería a un vecindario específico de Manhattan: “A la persona en NoLiTa, que comenzó a escuchar música navideña en junio, tienes el espíritu navideño, ¿eh? “. La compañía dijo este año que tenía más de 140 millones de usuarios habituales, con 50 millones pagando planes de suscripción mensual y otros usando un servicio gratuito. servicio que viene con anuncios dirigidos.

Los ejecutivos de marketing de Spotify dijeron el año pasado que evitaron las líneas que parecían estar riéndose de los hábitos de las personas a favor de aquellos que celebraban un comportamiento inusual. También dijeron que pidieron permiso a las personas cuando usaban sus nombres en los anuncios. La gente generalmente estaba encantada de que se le preguntara, dijo el ejecutivo, que notó que la recopilación de datos no era una sorpresa dado que así es como Spotify proporciona a los usuarios sus recomendaciones semanales y listas de fin de año.
Las personas y publicaciones como AdWeek y AdAge calificaron la campaña de “divertida”, “lúdica” e “hilarante”. Si bien esto ha continuado en gran medida este año, también ha habido críticas de que algunos de los mensajes están demasiado cerca de burlarse de los usuarios.

 
Y el alboroto de Netflix no pareció ayudar.

Netflix, que tiene más de 100 millones de miembros, enfatizó que el uso de datos para atender mejor a los usuarios era una parte principal de su negocio y que sus datos de comportamiento se recopilaban de forma anónima.
La compañía ha compartido con frecuencia información interesante sobre los hábitos de los lectores en el pasado, dijo Jonathan Friedland, un portavoz de Netflix. Agregó que el tweet de la semana pasada podría haber inspirado una reacción intensa, en parte porque “se redujo a un nivel individual en oposición a un nivel de tendencia más amplio”. Pero señaló que Netflix no utiliza datos de los clientes para vender anuncios en su plataforma , como lo hacen Google y Facebook, o venderlo a otras entidades.
Los comentarios sobre los hábitos de visualización de Netflix son “fascinantes para la gente”, dijo Friedland. “No es como si estuvieras violando la privacidad de nadie, porque la proposición central aquí es que te conocemos y tratamos de poner las películas y series de televisión correctas frente a ti”.
Texto original aqui.[:]